Simbolismo da Cruz Pátea
O ponto central representa a origem, o estado primário do caos ordenado. É o princípio da emanação Divina e será a partir do UM personificado por este ponto, que será possível a pluralidade. É este ponto que permite a criação do círculo em que se inscreve a cruz.
Na harmonia do UM não existe a dualidade. É aí que começa a ser traçada a cruz, ou seja: a manifestação Divina como expansão do ponto segundo as direcções do espaço. É traçado com um compasso, símbolo de precisão, daí a conclusão que o caos já se encontra ordenado.
Através do compasso, que mede e traça, serão delineados os limites da cruz, nos quais está presente a Proporção Áurea. Entra aqui o rigor, proporção, harmonia e exactidão.
Devido à personficação do círculo através do ponto, pode dizer-se que o mundo já conhece o seu Criador, mas não é ainda autónomo. Não há princípio nem há fim. Apenas espaço infinito. Tudo o que aqui for inscrito está sujeito aos movimentos cíclicos, ao Eterno Retorno.
- A Cruz Pátea encerra esta verdade: a expressão cíclica da vida até ao seu regresso à Fonte.
O círculo pode facilmente ser dividido em 12 partes sem perder harmonia. o número 12 é o Divino, manifestado na matéria, representa o Universo e a sua complexidade. A Jerusalém Celestial. Ainda os 12 arquétipos Humanos (simbolizados pelo zodíaco) e os 12 meses do ano.
Segundo Hermes Trismegisto, pode ainda exprimir o número de tormentos com que se depara o Homem ao longo da sua existência terrena, a saber:
- Desconhecimento, tristeza, incontinência, luxúria, injustiça, avareza, mentira, inveja, fraude, cólera, precipitação e maldade.
É a forma encontrada pelo três vezes Grande para nos recordar que devemos procurar com todas as nossas forças purificar-nos contra os tormentos da matéria.
Os braços da cruz representam a Obra Manifestada, simbolizada pelos 4 elementos: Fogo, Ar, Terra e Água, por outro lado advertem para a importâmcia das virtudes cardeais: Força, Justiça, Temperança e Prudência.
Também aqui se podem reconhecer os quatro verbos mágicos: Saber, ousar, querer e calar.
Os braços externos da cruz partem do centro, ou seja, do ponto.
Se a observarmos atentamente, reparamos que o espaço deixado por estes braços forma uma outra cruz, também de quatro braços, não materiais, internos. Daí serem formados por espaço "invisível" e contrário aos outros.
Estes simbolizam as manifestações não visíveis, recordam que o que move o mundo que vemos é a Força e a Vontade do mundo não manifestado, já que é através do espaço representado pelos braços internos que os outros se podem mover. Trata-se da Força Interior.
Estes também têm o "vértice" apontado para o centro, o ponto, e recordam as 3 virtudes Teológicas: Fé, Esperança e Caridade. Só assim poderá ser estabelecido contacto com a Matriz Criadora.
Não é por acaso que há 4 braços internos e correspondência para apenas 3... esta omissão adverte para a existência de um elo perdido entre o Homem e a Matriz, recorda que não poderá ser estabelecida comunicação sem esta chave, apontada, mas não revelada.
A soma de todos os braços, dá 8, a unidade que dará início a um novo ciclo. E este será o ponto de partida para que o Iniciado procure e encontre o seu próprio centro, dando assim início a uma nova vida.
Alcança o ponto - Purifica-te
Traçando o círculo - Pede
Descobrindo o Elo Perdido - Recebe
Manifestando a Cruz em todo o seu esplendor - Age.
És tu o Elemento, a Fórmula, o Fogo, o Cadinho e o Forno....