Da Vinci e as Sete Chaves para a Compreensão Humana

04-09-2013 22:00



Curiosità:
Na busca de compreender a origem da vida e os mistérios da criação, Leonardo estudou incansavelmente o corpo humano. Como exemplo da curiosidade do artista, referencia para o seu desenho do embrião humano que foi a 1ª representação deste tipo de tema... inédito na época. Mostra como nascemos com o desejo de saber e buscar a verdade.

Dimostrazione:
Leonardo ajudou a construir uma visão original do mundo, baseada na observação e na experiência. Numa época em que prevaleciam o obscurantismo e os dogmas impostos pela Igreja que tudo dominava, o artista sofreu algumas peseguições e difamações. No entanto teve sempre a coragem de persistir nas suas pesquisas, considerando-se responsável por seus próprios julgamentos e procurando libertar- se de idéias e opiniões preconcebidas. Uma frase interessande d'il Divino é: "A maior ilusão que acomete o homem vem de suas próprias opiniões. Ou seja, quando nos tornamos artífices dos resultados de nossa vida, fazemos escolhas mais sábias.

Sensazione:
Refinando os sentidos pode-se aumentar a percepção. o artista sabia disto e aplicou-o, de tal forma que viu coisas que ninguém mais era capaz de ver (e ainda hoje a muitos passa ao lado), como os movimentos de um pássaro e as nuances da luz do pôr-do-sol. Diz-se que trabalhava acompanhado por música, apreciava a textura dos tecidos finos, criou, com uma mistura de lavanda e água de rosas o seu próprio perfume, enfim cercava-se de elegância e beleza. 
Leonardo acreditava firmemente que "os sentidos são os sacerdotes da alma", conforme escreveu. Para elevar a sensazione ao nível espiritual, é preciso despertar o olhar interior, ficar atento ao momento presente e sentir a alma de cada criatura viva, reconhecendo em cada uma delas a obra do Criador.

Sfumato:
Termo criado pelo proprio autor, que vai desde encoberto a esfumaçado, descreve a qualidade brumosa e misteriosa das pinturas de Leonardo, do qual o melhor exemplo é sem dúvidas La Gioconda. O efeito era complementado por uma outra técnica também por ele criada: o "chiaroscuro", dramático contraponto de luz e sombra. Na maioria das suas obras, as figuras emergem da escuridão para a luz, da mesma forma que o artista representava o lado negro da natureza humana inclusive o seu próprio. Já no século XX, o suíço Carl Jung referiu-se a esse lado escuro como a "sombra", enfatizando que, ao reprimi-la ou negá-la, só aumentamos seu poder. 

Equilibrio:
Um dos factores que faz La Gioconda fascinante, é a evidência de que Leonardo conciliou ali arte e ciência, a habilidade técnica e o conhecimento da anatomia com a fantasia de criador. Dono de uma arguta mente científica, interessado em física, química e matemática, ele aconselhava seus estudantes a contemplar formas abstratas, como nuvens e fumo, como um estímulo à imaginação. A expressão dúbia de La Gioconda tornou-a num símbolo universal da representação do equilíbrio entre masculino e feminino, luz e sombra, energia yin (activa e assertiva) e yang (passiva e receptiva).

Corporalità:
O Homem de Vitrúvio tornou-se um símbolo universal da integração de mente, corpo e espírito. Apesar da busca da beleza per si, o artista procurou também entender os segredos do corpo como veículo motor do espírito... assim, alcançou uma nova compreensão da saúde e da cura. No fundo é quase uma profecia da abordagem holística (de holos, "todo" em grego) da medicina actual. Nos seus cadernos, foi também encontrado este apontamento: "Os antigos chamavam o Homem de microcosmo, e com certeza o termo foi bem escolhido." Tanto que ele aconselhava de seguida: "Aquele que deseja manter-se em boa saúde deve evitar estados de espírito soturnos e manter a mente alegre". Leonardo cultivava esse viés holístico em seus estudos, sempre procurando estabelecer conexões e compreender a relação entre as partes no todo.

Conessione:
Em inúmeras pinturas de Leonardo, especialmente as Madonnas, transparece a intenção de retratar a face do amor divino. Para o artista, o amor era a força por meio da qual tudo se conectava a todo o resto. Tanto assim era que escreveu: "O amor por si só recorda-me de que é apenas ele que me torna consciente". 
Ao retratar com precisão a natureza, Leonardo revelava seu amor pelas criações divinas, ao mesmo tempo que se baseava em observações e análises científicas, curiosamente não se debruçou sobre filosofia religiosa, a intuição de Leonardo sobre o padrão que liga tudo isto também se reflecte na sabedoria espiritual universal. Por isso, a última lição que nos traz nestes sete pontos, é aprimorar conscientemente nossa conexão com algo maior que nós, todos os dias, por meio da prática do amor e de virtudes como gentileza, perdão, compaixão e caridade. Assim, disse Leonardo, "a virtude é nosso verdadeiro bem e a verdadeira recompensa daquele que a possui. Ela encontra abrigo em um coração nobre, assim como os pássaros nos galhos floridos das árvores"