Consolamentum

20-05-2014 21:26

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Consolamentum foi o único sacramento administrado pelos Cátaros, uma espécie de baptismo, comunhão e extrema-unção juntos. Diferente dos sacramentos da Igreja Católica, este batismo não necessitava de água. É necessário apenas algumas palavras e o Evangelho de São João. Isso ocorre porque os cátaros eram seguidores de uma Igreja alternativa à Igreja Católica, dualista, gnóstica, sem hierarquia, que dizem (Cátaros) que foi iniciada por Sº João e Santa Maria Madalena. Não participavam nos sacramentos católicos, já que odiavam a Igreja de Roma. De acordo com os Cátaros, o Consolamentum foi o baptismo do Espírito Santo. Este ritual foi tomando de diferentes formas e vem, em sua origem, de alguns grupos cristãos sectários que desconheciam toda hierarquia eclesiástica.

Apesar, de que, o Consolamentum era um único sacramento ele foi administrado em duas circunstâncias diferentes. A primeira foi apenas para os crentes mais fiéis e devotados. Foi administrada a inicidos ascetas de ambos os sexos que tinham atingido a idade adulta, os quais, uma vez batipzados, se convertiam em"Parfait" (Perfeitos). Os Parfait deviam ser vegetarianos, celibatários e dedicar suas vidas a viajar e ensinar as doutrinas Cátaros. Os Parfait eram os líderes da comunidade dos Cátaros .

A grande maioria da população não recebeu o Consolamentum até ao momento de sua morte. Uma vez que este sacramento era administrado aos moribundos, a estes foram atribuídas tarefas idênticas aos Perfeitos, mas obviamente que não era esperado deles a mesma missão para viajar de forma a anunciar a sua doutrina desde o seu leito de morte.

Isso permitiu que muitos crentes fossem perdoados de seus pecados e prazeres do mundo durante sua vida terrena e receber a absolvição antes de morrer .

Em alguns casos, durante os últimos anos dos Cátaros (antes de serem condenados por heresia) o enfermo que estava prestes a morrer recebia jejum total após receber o Consolamentum. Esta prática é conhecida como "endura" e era uma forma ritual de suicídio para fazer a transição para uma nova vida e a reunificação com o Deus do bem. Este jejum é uma alternativa válida para ganhar-se o Consolamentum.

No entanto, uma escola Gnóstica conhecida como Lectorium Rosicrucianum, assinala que o Endura não é um suicídio e não tem nada a ver com a morte física, por outro lado é uma morte mística, é a entrega de si mesmo em auto-sacrifício, é a morte do eu, a entrega da alma mortal e perecível para o renascimento de uma alma imortal e imperecível e a entrada numa nova vida, perfeita, santificada, para o serviço da humanidade.