BREVE HISTÓRIA DO PRIORATO DE SIÃO

23-01-2014 20:53

As origens do Priorato são muito obscuras. 

Supõe-se que a Ordem de Sião, pois assim se denominou o Priorato no início, foi fundada no ano 1099 pelo nobre francês Godofredo de Bouillion, pouco depois da tomada de Jerusalém, na Primeira Cruzada. Bouillion estabeleceu a sede da Ordem na abadia de Santa Maria de Sião construída sobre o cenáculo original dos Apóstolos, no monte Sião, que deu o nome à Ordem. 

A esta abadia e a outros mosteiros distribuídos pela Palestina, pela França e pela Calábria italiana, vieram uns enigmáticos monges, convocados por Bouillion. Quase trinta anos antes, os líderes desta congregação misteriosa tinham aparecido nos domínios da duquesa de Lorraine, mãe adoptiva de Bouillion, que lhes concedeu uma terras na zona sul de Orval, onde eles levantaram uma abadia. 

Tudo parece indicar que estes monges pretendiam estudar de perto Pouillion, pois no final do século X, numa reunião secreta e restringida aos seus assistentes, o nobre francês foi eleito legitimo rei de Jerusalém. A favor de Bouillion, contra outros pretendentes, os monges deram provas de que ele era o verdadeiro herdeiro da dinastia merovíngia. 

Esta dinastia era fruto da união da família real franca com a linhagem de um descendente directo do rei David de Israel, Jesus de Nazaré e de Maria Madalena e esteve quase a sucumbir por uma conspiração de diferentes nobres francos e da Igreja de Roma, que via como uma ameaça e uma heresia nos descendentes de Cristo. O resultado desta conspiração foi o assassinato do rei merovíngio Dagoberto II e de quase toda a sua estirpe, num lugar próximo àquele onde séculos mais tarde seria levantada a abadia de Orval. 

Apenas um dos filhos do rei, de nome Sigisberto conseguiu escapar da matança e continuar eventualmente a linhagem sagrada, que a partir desse momento passou a estar na clandestinidade, rodeada de grande segredo para se salvaguardar dos seus múltiplos e poderosos inimigos. Para além do absoluto sigilo, o último sobrevivente dos merovíngios tentou proteger-se juntando junto de um pequeno grupo de acólitos de lealdade inquestionável que se converteriam na semente do futuro Priorato. A missão deste seria sempre a mesma: proteger por cima de tudo a identidade e a segurança dos descendentes de Cristo, do autentico Santo Graal que não consistia na taça que Cristo utilizou na Última Ceia nem nenhum outro objecto, mas nos próprios descendentes e no seu Sangrial, o seu sangue divino e real, herdado do Filho de Deus .

Bouillion recusou humildemente o título de rei de Israel que lhe foi outorgado no conclave secreto e adoptou unicamente o de defensor do Santo Sepulcro e o de primeiro mestre da Ordem de Sião. Outros lhe sucederam ao longo do tempo, e durante quase dois séculos, até 1188, a Ordem de Sião manteve-se muito unida a outra Ordem religiosa criada mais tarde na Terra Santa por nobres franceses: a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, O Templo Hugo Payns. 

Um ano antes dessa data tinha-se produzido a catastrófica perda de Jerusalém que o Priorato atribuiu a uma indigna traição do próprio Grão-Mestre do Templo daquele momento, Gérard de Ridefort. A separação entre ambas as ordens consumou-se na povoação normanda de Gisors, ficando definitivamente selada de um modo simbólico por um episódio conhecido como "O corte do olmo de Gisors", que de facto não teve uma ligação directa com o Priorato ou com o Templo. O olmo de Gisors era uma árvore centenária usada com muita frequência ao longo da História, como ponto de encontro neutral entre os reis de França e de Inglaterra. Em agosto de 1188, um desses encontros acabou numa sangrenta batalha para ganhar os lugares à sombra, como resultado da qual muitas vidas foram perdidas, incluindo a do velho olmo.


O primeiro mestre do Priorato de Sião totalmente independente do Templo foi o nobre do lugar onde se consumou a divisão, Jean de Gisors. Ambas as ordens seguiram então caminhos diferentes, embora a sua origem própria e os longos anos de união levassem a que mantivessem ainda muitas coisas em comum durante longo tempo, e vários dos mais ocultos segredos das duas organizações continuaram a ser conhecidos pelos dirigentes do antigo aliado.
Um desses segredos foi a Capela de Santa Catalina do castelo de Gisors, um templo subterrâneo cuja localização exacta era conhecida por muito poucos e onde se acredita que os templários ocultaram boa parte do seu legendário tesouro, na sua precipitada fuga para Inglaterra após a dissolução do Templo pelo inteligente e ambicioso Filipe IV de França. 

Nessa fuga e na ocultação do tesouro na capela, foram então ajudados pelo Grão-Mestre do Priorato de Sião, Guillaume de Gisors, que ao mesmo tempo simulava estar ao lado do rei. Foi ele também quem destruiu os documentos mais secretos do Templo, num ultimo gesto de ajuda ao velhos irmãos agora caídos em desgraça.
E há rumores de que a capela também poderia ter sido utilizada pelo Priorato para ocultar nela tesouros ou documentos relevantes quando lhe chegou a sua hora, na Revolução Francesa, nos finais do século XVIII.

In - O Diário Secreto De Da Vinci