Apontamento sobre D. Afonso Henriques e a Ordem Templária

26-02-2014 16:16

Afonso Henriques fez história porque tinha um objectivo bem definido, prometeu a Bernardo de Claraval que se conquistasse Santarém aos mouros, mandaria construir um mosteiro para a Ordem de Cister em Portugal, o que efectivamente cumpriu. 

 



Datam de muito antes disso, no entanto, as iniciativas de D. Afonso Henriques, no sentido de promover a defesa do reino, em especial no que dizia respeito a Lisboa e estranhamente, ou nem tanto, a Santarém. Sabemos da dedicação de D. Afonso a Gualdim Pais, Grão-Mestre Templário, que se empenhou em "empurrar" o rei nessa direcção, bem como na edificação de fortificações e consequente consolidação defensiva do território português. Gualdim Pais terá sido desde muito jovem, educado e feito cavaleiro pelo próprio rei. 

Oriundo duma família pertencente à nobreza, natural de Amares, logo a seguir à conquista de Lisboa com apenas 22 anos parte para a Terra Santa, para combater pela Fé.
Já em 1156/57 se assinala a sua presença de regresso a Portugal, na doação que o Rei lhe faz de várias casas e herdades situadas em Sintra, sendo à época já um mestre Templário.

Esta Ordem foi uma chave para a fundação da nação. Lutaram ao lado de Afonso Henriques, deixando marcas impressionantes na história secreta de Portugal, que não teria sido o que foi, sem a presença Templária.
No Inverno de 1159 D. Afonso faz doação ao templo, do castelo de Ceres, como compensação dos direitos cedidos à Sé de Lisboa, dos rendimentos eclesiásticos que os Templários, haviam obtido por doação real quando da conquista de Santarém em 1147.

Esta modificação implicou, não a reconstrução do castelo de Ceres, mas antes edificação de um outro mais a sul, o de Tomar, que se torna a seguir, o centro da ordem em Portugal.

Os Cistercienses fixaram-se em Alcobaça e tiveram um papel muito importante na história do nosso país, quer a nível material como a nível espiritual. Ao contrário da própria imagem que transparece de Bernardo, não eram passivos e contemplativos; eram monges de acção que transformaram mentalidades, emprestaram novas técnicas à agricultura, arquitectura, ciências, para além de transmitirem uma mística poderosa, que intrigava quase tanto quanto a própria mística Templária. É essa mística que se enontra depois nas fundações do grandioso projecto marítimo lusitano. Os Descobrimentos Portugueses.

Como sabemos, depois do fatídico 13 de Outubro de 1307, houve um "êxodo" da Ordem para território nacional onde encontrou apoio em D. Dinis, que, para evitar um conflito directo com o Papa, mudou o nome da Ordem, para Ordem de Cristo. Tiveram de deixar Tomar e foram para Castro Marim de onde regressaram à casa-mãe ainda no século XIV. A partir daí começa a preparação científica e missionária dos descobrimentos.

A epopeia marítima Portuguesa teve, ao contrário do que a maioria pensa (marinheiros de profissão pouco experimentados em artes de descobrir terras de além-mar) um cariz diferente do de qualquer outro povo europeu. Os capitães portugueses eram gente de elite altamente preparada a nível científico e militar e com uma enorme força moral e espiritual... boa parte dos elementos de topo eram da Ordem de Cristo.

Logo tal se pode verificar no comportamento destes e assumindo como comparação os nossos vizinhos espanhóis, que ao mandarem o aventureiro Pizarro para a América, em lugar de almirantes bem preparados, originou o massacre dos Incas, e subsequente perda de grande parte da sua cultura e tradições... a exemplo do que fez também Cortez com os Aztecas no México.

Mas entrávamos pela fundação da nacionalidade e a relação entre D. Afonso Henriques e a Ordem Templária.... até o primeiro selo real de D. Afonso Henriques parece ocultar uma mensagem destinada a esta Ordem. Efectivamente, podemos observar nas gravuras anexas, que a disposição das letras que formam a palavra "Portugal" pode ser decomposta em "Por Tu Gral".

Um outro selo mais conhecido, assume a mesma decomposição da palavra Portugal nas mesmas 3 partes, divididas novamente pela cruz pátea. Este mesmo selo ilustra ainda hoje algumas das moedas correntes de 1, 2 e 5 cêntimos de euro do nosso país.

 


Conhecendo o interesse dos Templários pelas mensagens codificadas, e sendo ele próprio um elemento da Ordem, é possível que D. Afonso Henriques tenha utilizado este meio para transformar o nome do seu reino numa divisa que lhe era obviamente querida: "Por Tuo Gral": Por teu Graal!