Iniciados

12-09-2013 11:53
 
- "Em três dias, destruirei o templo. Em três dias, eu o reconstruirei."
 
Assim falou aos seus discípulos o filho de Maria, o Essênio consagrado Filho do Homem, herdeiro espiritual do Verbo de Moisés, de Hermes, de todos os antigos filhos de Deus.
 
Realizou Ele essa promessa audaciosa, essa palavra de iniciado e de iniciador?
 
Considerando-se as consequências do ensino de Cristo, confirmado por sua morte e ressurreição espiritual, não restam dúvidas de que a realizou. Seu verbo e seu sacrifício estabeleceram os alicerces de um templo visível, mais sólido, mais indestrutível, do que todos os templos de pedra.
Mas ele somente perdura e mantém-se na medida em que trabalhar nele cada homem, em todos os séculos.
 
Que templo é esse?
- O da humanidade regenerada.
 
É moral, social e espiritual.
 
O Templo moral é a regeneração da alma humana, a transformação dos indivíduos pelo ideal humano, oferecido como exemplo à humanidade na pessoa de Jesus.
A harmonia maravilhosa e a plenitude das suas virtudes tornam difícil a sua definição.
Razão equilibrada, intuição mística, simpatia humana, potência de verbo e de acção, sensibilidade até à dor, amor e coragem até à morte, nada lhe faltou. Em cada gota do seu sangue havia sangue suficiente para fazer um herói. Mas com que doçura divina!
A união profunda do heroísmo e do amor, da vontade e da inteligência, do Eterno-Masculino com o Eterno-Feminino, fazem dele a flor do ideal humano.
 
Toda a sua moral tem por última palavra o amor fraternal e sem limites.
 
O Templo social não atinge o mesmo sucesso. Este supõe o estabelecimento de reino de Deus, de toda a lei providencial, nas instituições orgânicas da humanidade. Está ainda, na verdade, por ser construído na sua plenitude.
 
A humanidade vive ainda em estado de guerra, sob a lei da Força e do Destino.
A lei do Cristo, na consciência moral, ainda não se estabeleceu nas instituições. Referi-me apenas de forma acidental às questões de organização social e política, com o objectivo de esclarecer a questão filosófica e religiosa, como pontos centrais, através de algumas das verdades esotéricas essenciais referenciando a vida de grandes iniciados.
 
Começamos a compreender que Jesus é a mais alta consciência da humanidade, que o Cristo transfigurado abre os braços para seus irmãos, aos outros Messias, seus antecessores, como ele raios do Verbo vivo.
 
Ele abre os braços à Ciência integral, à Arte divina, à Vida completa.
 
A sua promessa não pode acontecer sem que participem todas as forças vivas da humanidade. Para a realização da grande obra são necessárias hoje e sempre dois aspectos: por um lado, o adiantamento progressivo da ciência experimental e da filosofia intuitiva, de modo que a que se tenha em consideração os factos de ordem psíquica, os princípios intelectuais e as verdades espirituais.
 
Por outro lado, o adiantamento o alargamento do dogma cristão, no sentido da tradição e da ciência esotérica e por conseguinte, uma reorganização da Igreja, segundo a iniciação gradual. Isto de acordo com um movimento livre, tanto mais irresistível, da parte de todas as Igrejas Cristãs, porque elas são todas igualmente, filhas do Cristo. 
É necessário que a ciência se torne religiosa e que a religião se faça científica.
 
Eis o Templo Espiritual a ser construído. Eis o coroamento da obra intuitivamente concebida e desejada por Jesus. Poderá o seu Verbo de Amor formar a cadeia magnética das ciências e das artes, das religiões e dos povos, tornando-se assim o Verbo Universal?
 
S.B.