Breve apontamento sobre cruzes Templárias

28-10-2013 14:04

Grande parte das pessoas é capaz de interrogar-se sobre os motivos de haver vários modelos de cruzes atribuídas aos templários, de facto assim é, mas apenas cinco efectivamente marcaram a Ordem do Templo, a saber: Cruz Patriarcal, Cruz das Oito Beatitudes, o Tau, Cruz Pátea e a Cruz Grega, vamos então descobrir um pouco mais sobre elas.

A Patriarcal (1), foi a primeira a ser utilizada a vermelho sobre o ombro esquerdo do característico manto branco. Reza a história que foi projectada com base em 5 pedaços do madeiro onde Jesus foi crucificado, descobertos em 326 e levados para a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. Desapareceu em 1227, e quatro anos depois, surge a denominada Cruz de Caravaca na península Ibérica

A das Oito Beatitudes (2) ou Bem Aventuranças possui 8 pontas e foi usada pelos cavaleiros do templo para construção e decifração de um determinado alfabeto. Para além disso, devido à sua base octogonal, foi dela que partiu a inspiração para os traçados originais das capelas a eles pertencentes.
A saber, as 8 Beatitudes são: estar espiritualmente feliz, viver sem malícia, chorar os pecados, humilhar-se ao ser ultrajado, amar a justiça, ser misericordioso, ser sincero e puro de coração, sofrer com paciência as perseguições.

O Tau (3) é a cruz "esotérica" da ordem, por assim dizer. No antigo egipto o som da letra T, associado a uma palavra, indicava que esta pertencia ao género feminino. Dado que os templários estiveram sempre ligados ao conhecimento das antigas civilizações, considera-se que o Tau representa o Sagrado Feminino, o qual sempre respeitaram e veneraram.

A Pátea (4) ou Patée, pela forma das suas extremidades, abre-se aos quatro pontos cardeais, abre-se ao Universo. O próprio número 4 é em si associado aos quatro evangelistas, as quatro estações, os quatro elementos, etc. Segundo parece, a cruz Pátea é derivada da cruz Celta, que representa os seus 3 mundos (Abred, Gwenwer, Keugan) ou ainda da roda druídica (Crismón) de 8 raios. Este em si evoca o começo, o início, os ciclos, similar por exemplo ao símbolo Ouroboros (a serpente que morde a cauda). É ainda um símbolo solar, que apresenta a sua máxima expressão nas magníficas rosetas das igrejas e catedrais Templárias.

A Grega (5) é uma cruz bastante simples, direita apenas com os quatro braços iguais, mas actualmente aparece como tendo sido muito usada pela Ordem. Surge com bastante frequência em túmulos templários, selos, pinturas e estelas.

Interessante registar que o uso destas cruzes era determinado por vários factores, sendo um deles o geográfico. Por isso se utilizou a Pátea em portugal, O Tau em Leão e Galiza, a Grega em Castela, a Patriarcal em Jerusalém e a das Oito Beatitudes na Escócia.